Viver nos Camarões é ainda

abril 4, 2011 § 2 Comentários

Acredito nas virtudes terapêuticas do discurso. Acho mesmo que os blogs de viagem em algumas circunstâncias asseguram uma distância reflexiva com relação à realidade que é próxima de uma prática de “higiene mental”, conceito antigo, do início do século XX. Preâmbulo savant para dizer que a séria Viver nos Camarões continua, sabe-se lá por quantos episódios. Assim, viver nos Camarões é ainda:

Descobrir que o seu semestre de trabalho na universidade foi encolhido para dois meses, abril e maio. E que ainda não começou.

Ir a festas de pessoas diferentes e encontrar as mesmas pessoas.

Imaginar-se diante de qualquer febre ou desarranjo vítima ou de malária ou de cólera.

Ser pago com dinheiro falso.

Notar com certa recorrência que as datas de validade dos alimentos no supermercado foram alteradas.

Ter certeza que o peixeiro te engana com o peso da balança.

Receber as provas dos alunos sem identificação para não correr o risco de ver-se subornado.

Ser convidado a casamentos e enterros de pessoas que nunca viu.

A foto acima é de meus alunos fazendo o exame final, que foi sendo adiado por motivos de organização por quase dois meses. Aliás, chegando na universidade nesse mesmo dia, descobri que as provas não estavam impressas e que a matriz, supostamente deixada no serviço de “anonimato”, tinha desaparecido. De todo modo, em algum momento falarei sobre os meus alunos e a universidade para responder ao Jorge que sempre me pergunta sobre isso.

§ 2 Respostas para Viver nos Camarões é ainda

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